Os primeiros anos de vida são muito importantes para o desenvolvimento das crianças. Várias atividades podem ser usadas para estimular esse crescimento de maneira saudável: ler livros, jogar, ouvir músicas, brincar e, até mesmo, dançar.
Dançar é uma atividade muito prazerosa e que pode ser uma forte aliada nesse processo de aprendizagem, já que estimula as crianças em diversos aspectos. Muitas escolas, inclusive, já atentaram a isso e incluíram aulas de dança na programação escolar.
No Brasil, o funk está entre os estilos musicais mais populares. Mas será que tem funk para crianças? O assunto é polêmico e divide opiniões! Vamos conversar sobre isso?
Identifique os benefícios da dança
A dança faz parte da história da humanidade. Antes de aprender a se comunicar oralmente, o homem movimentou o seu corpo para se expressar. Conheça alguns benefícios que essa atividade pode trazer para a vida das crianças.
Corpo mais saudável
Como toda atividade física, a dança favorece a eliminação de gorduras e ajuda a prevenir a temida obesidade infantil. Além disso, a prática melhora a postura corporal, a coordenação motora, o desenvolvimento muscular, o equilíbrio e os reflexos.
Estímulo cerebral
O cérebro é acionado a todo vapor por meio dos movimentos e ritmos enquanto estamos sacudindo o esqueleto. Movimentar o corpo é uma das formas de enviar informações ao sistema nervoso central, o que é um ótimo estímulo cerebral.
Desinibição
Dançar é uma ótima forma de quebrar o gelo. Crianças tímidas são muito beneficiadas com a prática. Dançar é um momento de livre expressão do corpo, em que a liberdade e a criatividade são estimuladas.
Formação cultural
Por meio das músicas e dos ritmos, é possível aprender sobre várias culturas. É uma forma lúdica de ensinar sobre os costumes, história e linguagem de outros povos.
Autoconfiança
Com mais segurança com o seus movimentos e corpos, as crianças vão se sentir mais seguras, confiantes e, consequentemente, mais felizes.
Entenda o Brasil e seus ritmos
É possível dançar uma coreografia sem música. Mas, cá entre nós, a música é um componente importantíssimo e deixa tudo mais interessante. Como não poderia ser diferente em um país construído por diversas culturas, o Brasil é rico em estilos musicais. Conheça o nome de alguns deles:
- samba;
- bossa nova;
- choro;
- tropicalismo;
- jovem guarda.
E, por último, mas não menos importante: o funk. O funk carioca, que é diferente do funk americano, surgiu nas favelas do Rio de Janeiro. O estilo musical foi criado no início da década de 1970 e, hoje em dia, espalhou-se por todo o país. Atualmente, ele faz sucesso, até mesmo, nas baladas da classe média.
O funk é conhecido por sua batida ritmada e por suas letras que, na maioria das vezes, têm palavrões e expressões que rementem a crimes, sexo e consumo de drogas ilícitas. Esse é o famoso “proibidão”. Por conta disso, o estilo divide muitas opiniões.
A questão é: será que as crianças são influenciadas negativamente por essas músicas? Muitas pessoas acreditam que sim.
Compreenda por que tentaram criminalizar o funk
No início do ano, um webdesigner de São Paulo fez uma proposta de lei no site do Senado na tentativa de criminalizar o funk. O autor, Marcelo Alonso, de 47 anos, defendeu que o funk faz apologia ao estupro, à exploração sexual, ao consumo de drogas e ao sexo precoce.
Ele teve o apoio de mais de 20 mil pessoas que assinaram a projeto virtualmente. A ideia foi discutida no Senado, relatada pelo senador Romário (Podemos-RJ). Em setembro, a sugestão de lei foi rejeitada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH).
O relator da proposta considerou que a sugestão confrontaria o direito institucional de livre manifestação cultural e de pensamento, garantida pelo art. 5ª da Constituição Federal.
No início do século 20, o samba foi criminalizado. A proibição foi até o governo do Presidente Getúlio Vargas. Por defender a bandeira do nacionalismo, ele passou a valorizar elementos da cultura brasileira.
Saiba por que os funkeiros alegam sofrer preconceito musical
Se, de um lado, temos pessoas que nem mesmo categorizam o funk como cultura, do outro temos um grupo que defende o estilo com unhas e dentes.
Para os apreciadores de funk e pessoas que trabalham com o estilo musical, as letras pesadas das músicas são apenas o reflexo do que os moradores das favelas vivenciam todos os dias.
Uma das cantoras brasileiras mais requisitadas atualmente, Anitta usou o Twitter para defender o ritmo que a tornou internacionalmente famosa.
“Se os conteúdos das letras ou das festas não agradam é porque cresceram vendo e vivendo aquilo que cantam. Deem acesso a outros assuntos e cantarão sobre eles.”
Outro ponto que merece ser discutido é o fato de outros estilos musicais, como o sertanejo e, até mesmo, o aclamado MPB, terem letras com sentidos duvidosos e, no entanto, eles não são tão questionados quanto o funk.
Existem vertentes do funk que não cantam os polêmicos proibidões, como é o caso do funk melody, por exemplo. O subgênero geralmente tem letras relacionadas ao amor. Claudinho e Bochecha, Perlla e Nego do Borel são alguns artistas desse movimento.
Conheça o funk para crianças: o show das poderosinhas
Se o seu filho ou filha adora dançar funk, mas você se preocupa com o teor das letras dessas músicas, o show das poderosinhas é perfeito para vocês. A turnê da cantora Anitta é destinada ao público infanto-juvenil.
A ideia surgiu justamente pelo fato de que muitos menores de idade são fãs da funkeira. O cenário, o figurino, as coreografias e, até mesmo, o repertório de músicas foram selecionados pensando especialmente nessa faixa etária.
Além de se preocupar com as letras das músicas que o seu filho ou filha escuta, não se esqueça de escolher uma roupa confortável para que ele se movimente com mais liberdade.
Dançar faz bem para o corpo e para a alma, em todas as idades e ritmos musicais. Como tudo na vida, o que vale é o equilíbrio e escolher o que nós e os nossos filhos vão consumir, de forma sincera.
Você deixaria os seus filhos escutarem funk proibidão? Gostou do funk para crianças da Anitta? Qual é a sua opinião sobre o assunto? Deixe o seu comentário no post!