A depressão é, por muitos, conhecida como o “mal do século”. Não é para menos: a doença atinge, atualmente, cerca de 322 milhões de pessoas em todo o mundo.
Esse transtorno pode atingir indivíduos de qualquer raça, gênero e faixa etária. No entanto, a investigação acerca da depressão infantil é recente, com início apenas nos anos 70. Na verdade, não se fala muito sobre isso até hoje, não é mesmo?
Sabendo a importância da informação para a prevenção e tratamento adequados, preparamos um post para tirar todas as suas dúvidas sobre o assunto. Continue a leitura e saiba mais sobre as causas e sintomas da depressão infantil!
O que é depressão?
A depressão está inclusa em um grupo de doenças conhecidas como distúrbios mentais ou afetivos.
Resumidamente, a doença não está ligada apenas aos sentimentos. Ela é acompanhada por mudanças no funcionamento e até mesmo na morfologia do cérebro, além de outros sintomas físicos.
Além disso, a depressão está relacionada ao surgimento ou agravamento de outras patologias. Por isso, nada de achar que é apenas birra ou manha! Apesar de ser cercada por preconceitos, a depressão é, sim, uma doença e precisa ser tratada como tal.
Quais são as causas da depressão?
As causas da depressão são, ainda hoje, motivo de controvérsias entre os estudiosos. Do ponto de vista físico, acredita-se que a doença esteja ligada a problemas nos neurotransmissores, substâncias químicas que auxiliam os neurônios na transmissão de mensagens.
A hereditariedade também é levada em consideração, pois as crianças que têm pais com problemas psicológicos têm mais chances de ser depressivas.
No entanto, o problema também abrange questões psicológicas, com os chamados fatores estressantes. Os ambientes mais relevantes nesse contexto são o lar e a escola.
Problemas com os pais e família (rejeição, divórcio, brigas, violência) e na escola (pressão por parte dos professores, dificuldade de se encaixar nos grupos, competições e bullying) estão frequentemente ligados aos casos de depressão infantil.
Quais são os sintomas da depressão infantil?
Para que uma criança seja considerada depressiva, não basta que ela apresente sintomas de tristeza. É necessário que, além disso, ela manifeste pelo menos outros quatro sintomas e que eles durem ao menos duas semanas.
Em casos de luto, a contagem é diferente. Caso a criança esteja lidando com a perda de um ente querido, a depressão só passa a ser considerada se os sintomas persistirem por mais de dois meses, sem melhoras.
No caso da depressão em crianças e pré-adolescentes, os sintomas são normalmente separados por fases. Confira os principais sintomas de depressão em cada faixa etária:
0 a 2 anos
Por incrível que pareça, bebês podem sofrer com a depressão. Sentimentos de rejeição ou privação da companhia dos pais podem desencadear o problema. Entre os principais sintomas, estão:
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rosto triste;
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apatia (falta de emoção);
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emagrecimento;
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choro frequente (sem causas físicas);
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irritabilidade;
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inquietação;
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insônia;
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atraso no desenvolvimento motor ou da linguagem.
2 a 5 anos
Na chamada fase pré-escolar, já se nota um progresso em relação a linguagem e coordenação motora. Aqui, a criança passa a se reconhecer como um indivíduo e a descobrir o mundo por meio da curiosidade e criatividade. Os sintomas de depressão mais comuns nessa fase são:
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inquietação;
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timidez excessiva;
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choro frequente;
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apatia;
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ansiedade de separação;
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indiferença à separação;
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insônia;
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pesadelos;
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falta de apetite;
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dores de cabeça e estômago;
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isolamento social.
7 a 12 anos
Na fase escolar, como o próprio nome já diz, a escola passa a fazer parte do mundo da criança. É, muitas vezes, um dos primeiros contatos dos pequenos com o mundo exterior, sem a presença dos pais. É uma fase sensível, em que os sintomas podem incluir:
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dores abdominais;
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expressão facial triste;
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irritação;
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falta de apetite;
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hiperatividade;
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insônia;
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pesadelos;
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sono excessivo;
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regressão da linguagem;
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agressividade (inclusive se pondo em perigo);
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movimentos repetitivos;
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enurese (não conseguir conter o xixi);
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dependência excessiva;
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sentimentos negativos (culpa, infelicidade);
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queda no rendimento escolar;
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queda na criatividade;
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falta de vontade de ir à escola;
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cansaço;
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choro frequente e fácil.
12 a 19 anos
Todos sabemos quão delicadas são a pré-adolescência e a adolescência. Nelas, ocorre a transição da infância para a fase adulta, e o amadurecimento nem sempre é simples. Fique ligado a alguns dos sintomas mais importantes:
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dificuldade de concentração;
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baixo rendimento escolar;
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isolamento social;
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irritabilidade;
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baixa energia;
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perda de interesse por hobbies;
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ansiedade;
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baixa autoestima;
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hipocondria (achar que sofre de doenças que não tem);
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abuso de álcool e drogas;
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desesperança;
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ideações suicidas.
Vale lembrar que os sintomas variam de pessoa para pessoa. Por exemplo: há crianças naturalmente tímidas e introspectivas. Isso é um traço da personalidade que deve ser respeitado caso não traga prejuízos ao desenvolvimento social.
O problema surge quando os prejuízos passam a aparecer ou quando uma criança extrovertida passa a apresentar, repentinamente, uma timidez exagerada. Qualquer mudança comportamental súbita serve de alerta.
Como é feito o tratamento?
Ao notar sintomas de depressão em uma criança, o primeiro passo é marcar uma consulta com um médico pediatra. Ele eliminará causas físicas para os sintomas, que podem estar relacionados a outras doenças.
Caso não sejam encontradas outras causas, o pediatra encaminhará a criança para um psiquiatra ou psicólogo.
Com o diagnóstico de depressão infantil, inicia-se o tratamento. Para crianças, ele é normalmente composto apenas por sessões de terapia, feitas por um psicólogo infantil. Em casos mais extremos, um psiquiatra poderá receitar antidepressivos.
Qual o papel dos pais no tratamento?
Por meio do relacionamento com os pais, a criança constrói seu alicerce. Para ela, os pais (ou familiares em geral) são a personificação da segurança e da confiança. Um ambiente familiar composto de relações saudáveis é fundamental para a prevenção e tratamento da depressão infantil.
O principal papel da família na luta contra a doença é fornecer essa sensação de segurança, provendo um ambiente repleto de tranquilidade, sem hostilidade e conflitos excessivos.
Por isso, é importante estimular a criança depressiva e mostrar que ela não está sozinha e que é compreendida. O estímulo pode vir por meio de elogios, brincadeiras, passeios e outras atividades. Cuidados com a alimentação e a prática de esportes também devem ser considerados.
Além dos pais, também é importante que a escola faça parte do tratamento, com os professores ajudando a criança por meio de elogios e estímulos à socialização, para que ela brinque e interaja com os amiguinhos.
Como podemos perceber, a depressão não é um problema simples. Ela pode deixar sérias sequelas, que, por vezes, permanecem por toda a vida. Ao primeiro sinal de sintomas da depressão infantil, não hesite: procure um profissional.
Ficou com alguma dúvida ou tem alguma observação a fazer? Então deixe um comentário no post!